Alimentos transgénicos: sabe o que são?

Alguns dos alimentos mais comuns da alimentação diária são alterados geneticamente, ou seja, são transgénicos e modificados através da biotecnologia.

Um organismo geneticamente modificado (OGM) pode ser uma planta ou animal nos quais o material genético (DNA) foi alterado de um modo que não ocorre na natureza por reprodução ou recombinação natural.

Que alimentos transgénicos existem?

Existem atualmente em circulação na Europa produtos transgénicos de cinco espécies (milho, soja, colza, beterraba e algodão).

Para consumo humano, está aprovado essencialmente o milho e a soja e seus derivados.

Alimentos como os cereais de pequeno-almoço, bolachas, barras energéticas, chocolates, pizzas e hambúrgueres podem conter alimentos transgénicos na sua composição.

A soja encontra-se presente em 60 a 70% de todos os alimentos processados e o milho, sob a forma de amido de milho, também se encontra numa percentagem relevante.

Os produtos biológicos não podem, por lei, conter transgénicos nem envolver rações transgénicas na alimentação animal.

Os alimentos transgénicos estão rotulados?

Existem poucos produtos no supermercado com a indicação de que contêm ingredientes transgénicos.

Na prática, a sua grande maioria (cerca de 80%) está a ser canalizada para onde a rotulagem não se aplica: para as rações animais, onde o consumidor só vê o produto final (carne, leite, ovos, peixe de aquacultura) e não é informado de que os animais foram alimentados com rações transgénicas.

A rotulagem é obrigatória?

Um alimento que contenha transgénicos tem de indicar essa característica no rótulo através da expressão “geneticamente modificado”.

No entanto, essa indicação só é obrigatória se a presença de transgénicos for superior a 0,9%.

De referir que a rotulagem não se aplica na compra de uma refeição numa cantina ou restaurante, pelo que nem sempre é fácil ter uma real noção do que está a ingerir.

Quais as vantagens?

As modificações genéticas têm em vista sobretudo a alteração das características agronómicas de tolerância a herbicidas e/ou resistência a insetos.

Outras modificações estão relacionadas com o aumento do tempo de conservação do alimento, o aumento do seu valor nutricional e a sua resistência aos microrganismos.

Quais os riscos?

Apesar das vantagens notórias dos transgénicos a nível agronómico, existem potenciais riscos para a saúde humana e para o ambiente.

Os riscos de toxicidade ou o potencial alérgico são os principais focos, sendo tanto mais elevados quanto mais frequente e/ou mais prolongada for a exposição a estes alimentos.

A nível ambiental, está em discussão a possível alteração e diminuição da biodiversidade.

São seguros?

Segundo a indústria alimentar, estes alimentos são absolutamente seguros, mas os estudos são controversos e surgem cada vez mais movimentos que defendem o seu impacto negativo no ambiente, na saúde, na agricultura, na economia e no desenvolvimento sustentável.

Atualmente é praticamente impossível obter produtos 100% puros, sem contaminação por organismos geneticamente modificados durante o cultivo, manipulação, armazenamento ou transporte.

Cabe ao consumidor estar informado e fazer escolhas alimentares conscientes e sustentadas.

Algumas curiosidades:

• Das 229 referências de óleos alimentares, registadas e comercializadas no nosso país, 48 continham ingredientes transgénicos, o que corresponde a 21% de todos os óleos;
• Alguns dos óleos mais baratos não apresentam transgénicos, contrariando assim a ideia que os transgénicos beneficiam economicamente o consumidor;
• A soja (e seus derivados) é uma das bases da alimentação dos vegetarianos e vegans, mas a não ser que seja de produção biológica, grande parte da produção mundial (cerca de 70%) é geneticamente modificada.

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