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Descomplicar a amamentação!


A amamentação é um ato de amor e carinho, não se trata apenas de alimentação.

É vinculo, comunicação, afetos, segurança, conforto e criação de laços para toda a vida, que proporciona uma relação íntima entre mãe e bebé, sendo um fator fundamental para o seu desenvolvimento psicoafetivo.

Mais ainda, a amamentação é fundamental para reduzir a mortalidade infantil e ajudar ao bom desenvolvimento das crianças.

No entanto, todos os anos morrem no mundo quase sete milhões de crianças com menos de cinco anos por causas que podem ser prevenidas e, destes, mais de 40% são recém-nascidos.

É lamentável que, apesar de serem reconhecidos os benefícios da amamentação, menos de metade dos recém-nascidos sejam alimentados desta forma.

A Organização Mundial de Saúde recomenda que os bebés sejam alimentados exclusivamente com leite materno desde a sua primeira hora de vida até aos seis meses, quando incentiva a que a dieta comece a ser complementada com outros alimentos.

Características do leite materno

A composição do leite materno altera-se ao longo do tempo, do dia, e da mamada.

É rico em gorduras, proteínas e hidratos de carbono, alguns dos nutrientes mais importantes para o crescimento e desenvolvimento do bebé.

Além disso,  o leite materno também tem boas quantidades de anticorpos que fortalecem o sistema imunitário.

Varia de acordo com as necessidades do bebé e adapta-se ao seu ritmo de crescimento, passando por 3 fases principais:

  1. Colostro: Tem cor amarelada e/ou transparente, é espesso e pegajoso e muitas vezes denominado “ouro líquido”, e é o primeiro leite produzido pela mulher até ao 2º a 3º dias após o parto. É pobre em gorduras e lactose, mas muito rico em proteínas e anticorpos que vão proteger o bebé contra infeções. Tem efeito laxante e promove a maturação do intestino.
  2. Leite de transição: surge depois de 1 semana e é mais rico em gorduras, vitaminas e lactose (maior aporte energético), sendo, por isso, mais espesso. Tem uma cor mais parecida com a do leite. Entre o 2º e o 3º dia, as mamas ficam mais tensas e poderá surgir um pico febril – isto deve-se ao aumento do volume de leite produzido (descida do leite).
  3. Leite maduro:  Surge a partir do 15º dia até ao desmame. Durante a amamentação inicialmente o leite é mais líquido e açucarado (rico em água e hidratos de carbono) e vai se tornando cada vez mais espesso e rico em lípidos (gorduras). Para além disso tem ainda numerosos componentes bioativos, tais como hormonas, fatores de crescimento, enzimas e células vivas, para sustentar o crescimento e o desenvolvimento saudáveis do bebé.

Benefícios para o bebé e para a mãe

O leite materno é o melhor e mais completo alimento que existe, pois diminui a incidência e/ou a severidade de uma ampla série de doenças infeciosas, incluindo meningite bacteriana, diarreia, infeções do trato respiratório, alergias alimentares, otite média, infeção do trato urinário, obesidade e diabetes.

Além disso, está sempre pronto e à temperatura ideal, sendo económico e de fácil digestão.

Para a mãe, a amamentação previne hemorragias no período pós-parto e promove a involução uterina devido às concentrações aumentadas de ocitocina.

Reduz o risco de osteoporose, cancro da mama e cancro do ovário, e ajuda a um retorno mais rápido ao peso pré-gravidez.

No entanto, apesar de se tratar de um ato natural e com inúmeros benefícios nem sempre é fácil e requer um período de adaptação, sendo que a mãe deve estar bem informada para que usufrua desta fase com a tranquilidade necessária, já que este tema pode tornar-se numa fonte de preocupação e ansiedade se o leite materno não chegar logo após o parto.

Mas é importante manter a calma e não desistir. Se o volume do leite não parece estar a aumentar 3 a 5 dias após o parto, pode ficar tentada a parar de tentar amamentar por estar preocupada com a nutrição do seu bebé.

Mas antes de desistir é importante compreender que existem muitos motivos para um atraso no seu suprimento de leite, como por exemplo um parto prematuro ou traumático, uma cesariana, algumas condições da mãe como diabetes, síndrome dos ovários poliquísticos, obesidade, infeção, problemas de tiroide ou ainda uma gravidez que exigiu repouso prolongado.

Um dos fatores mais importantes para o sucesso da amamentação é que esta aconteça nas primeiras horas após o parto pois a produção de leite materno está ligada à própria ação de remoção do leite dos seios e por isso é importante certificar-te de que está a estimulá-los com frequência e a retirar o máximo de leite e colostro possíveis.

Mas para entender melhor a importância deste facto, importa perceber o mecanismo de produção de leite materno e saber que há coisas que pode fazer e que podem ajudá-la a ter e conservar leite materno.

Como funciona a produção de leite materno?

Após o parto os níveis da hormona da gravidez, progesterona, descem (começam a descer depois de expulsar a placenta) e as hormonas produtoras de leite entram em ação.

A prolactina, produzida no cérebro, é a hormona que atua na glândula mamária e faz com que após o parto as células secretoras produzam leite.

É dependente da sucção que o bebé faz na mama e das técnicas corretas de amamentação, sendo que cerca de 30 minutos após, a prolactina atinge o pico máximo de concentração no sangue, o que faz com que a mama produza leite para a mamada seguinte. Assim, quanto maior for o número de mamadas, maior a quantidade de leite produzida.

A produção de prolactina aumenta à noite, o que significa que amamentar durante a noite é especialmente importante para manter a produção de leite.

A ocitocina, também produzida no cérebro, estimula a contração das células musculares à volta dos alvéolos promovendo a libertação do leite armazenado. Assim, se o reflexo da ocitocina não funcionar bem, o leite permanece na mama e não sai, reduzindo a quantidade de leite necessária para o bebé.

Além da sucção e das técnicas corretas de amamentação, a síntese desta hormona está ligada com o estado emocional materno.

A ansiedade, o medo e o stress inibem a produção e a libertação da ocitocina.

Assim, é importante a mãe procurar estar calma e tranquila e ter confiança na sua capacidade de amamentar e convicção de que o seu leite é o melhor para o bebé.

Para além disso o leite materno contém ainda uma proteína, conhecida como fator inibidor da lactação, que acumula dentro da mama conforme esta vai armazenando leite entre mamadas/extrações.

Quanto mais tempo passar e mais cheia sentir a mama, mais lenta começará a ser a produção de leite.

O que pode fazer para aumentar a produção de leite materno?

Livre demanda

A amamentação deve ser frequente, em horário livre, sem restrições na duração, nos intervalos (sendo que habitualmente não ultrapassa as quatro horas) ou no acesso a uma ou duas mamas em cada refeição, sendo que deve deixar o bebé esvaziar completamente a mama e só depois oferecer a outra.

Na mamada seguinte, ofereça primeiro a mama em que o bebé não mamou da última vez ou a que mamou em último lugar.

Deve dar de mamar até o bebé ficar satisfeito e sempre que apresentar sinais precoces de fome (levar as mãos à boca, virar-se de um lado para outro abrindo a boca, pôr a língua de fora).

Cuidados na amamentação

Deve preparar-se para amamentar o seu bebé, nomeadamente: lavar bem as mãos, escolher um lugar agradável e adotar uma postura confortável para que se sinta relaxada.

Para além disso é importante assegurar uma pega correta pois, de outra forma, pode não conseguir ingerir a quantidade de leite suficiente durante a amamentação, podendo esta ser dolorosa e os seus mamilos ficarem magoados e/ou gretados.

Para isso algumas notas importantes:

  • A mãe deve segurar o bebé bem aconchegado a si, com a barriga encostada à sua barriga (cabeça, ombros e corpo numa linha reta);
  • Rosto do bebé direcionado de frente para a mama, posicionando o nariz na altura do mamilo;
  • Deve esperar que o bebé abra bem a boca (pode roçar levemente os lábios contra o seu mamilo);
  • O bebé é que deve ir à mama e não a mama ao bebé;
  • Ao abocanhar a mama o bebé deve ter a boca bem aberta, a aréola deve ficar um pouco mais visível acima da boca do bebê, estando quase toda na cavidade oral;
  • O lábio inferior deve estar virado para fora (famosa “boca de peixe”) e queixo a tocar na mama;
  • O padrão de mamar do bebé muda de sucções breves para longas, profundas e com pausas.

Extração de leite

Pode fazer extração manual, ou utilizar bombas (manuais ou elétricas) para esse efeito.

As elétricas têm sucção extra que pode fazer uma grande diferença não só na quantidade de leite que pode extrair, como também na quantidade de estimulação que os seus seios recebem. Isto pode levar a um aumento significativo na quantidade de leite materno que será capaz de produzir no futuro.

Massagem e calor

A estimulação da mama pode ajudar na criação de locais importantes para recetores de leite e aumentar a quantidade de leite produzido.

Calor (utilizando almofadas térmicas ou tomando banho quente antes da mamada) e massagem são ótimas formas de estimular a produção de leite.

Relaxamento

Ouvir músicas calmas ajuda a relaxar e a fazer fluir as hormonas de que precisa para libertar o leite.

Se está a usar a bomba, olhar para fotos do seu bebé também pode ajudar.

O descanso é fundamental, por isso, dormir bem é também um ponto muito importante, para que o corpo consiga relaxar e fazer com que as hormonas produtoras de leite despertem.

Alimentação equilibrada

Manter uma dieta equilibrada e variada vai ajudá-la a manter-se com energia e vitalidade, o que potencia a produção de leite materno.

Não deve ingerir bebidas estimulantes como chá preto e café ou bebidas alcoólicas, fumar ou tomar medicamentos sem receita médica.

Para além disso é também fundamental uma boa hidratação, uma vez que o leite materno tem muita água, por isso, aumentar a ingestão de água diária pode aumentar a quantidade de leite materno que produz.

Avaliação

É importante uma avaliação do freio da língua, uma vez que esta é essencial para facilitar a sucção, pelo que o freio da língua curto pode limitar os movimentos da mesma, causando um impedimento funcional significativo para a pega correta do bebé, sucção eficaz e transferência de leite.

Pode ainda levar a queixas maternas de dor/desconforto no mamilo e aréola e até trauma durante a amamentação, resultando num aumento do risco de desmame precoce.

Nestes casos, em que a amamentação está afetada, e após avaliação por profissional qualificado, poderá estar indicada uma pequena intervenção denominada frenotomia, um pequeno corte com uma tesoura cirúrgica que resolve o problema do freio lingual curto.

Evite a utilização de utensílios artificiais

É importante também que evite a utilização de mamilos artificiais, chupetas e biberões, uma vez que o diferente posicionamento da língua confunde o bebé, que começa a ter dificuldade em mamar.

Os mamilos de silicone são uma barreira entre a mama e a boca do bebé, pelo que diminuem o estímulo sobre a mama e interferem com a pega. Na maior parte dos casos são utilizados incorretamente, o que aumenta a probabilidade do bebé não obter leite suficiente.

A interferência de tetinas é também um caso muito importante a ter em consideração, nomeadamente biberão, pela dinâmica de sucção totalmente diferente, que costuma levar a confusão na alternância com a mama.

Está estudado que os músculos que o bebé utiliza para mamar na mama e beber o leite no biberão são diferentes e a coordenação do processo também é muito diferente. Ou seja, utilizar um biberão, especialmente num bebé de poucas semanas, atrasa a aprendizagem e o domínio da competência para a sucção, diminuindo a sua eficácia. Para além disso, pondere muito bem a introdução de substitutos do leite materno pois este é o fator que mais rapidamente conduz a um decréscimo significativo da produção de leite da mãe e a um desmame precoce do bebé.

Cada biberão de suplemento que o bebé toma é menos leite que é produzido, mesmo que este seja dado só depois da mamada.

Assim, avalie bem a necessidade do suplemento, pois esta pode surgir por alguma insegurança/falta de confiança no processo de amamentação.

Se tiver problemas relacionados com a amamentação e for seu desejo continuar a amamentar não hesite em pedir ajuda.

Existe solução! Existem profissionais especializados na área, como as conselheiras de amamentação, que poderão ajudar a ter uma amamentação bem-sucedida e prazerosa como todas deviam ser! Um começo difícil não significa necessariamente o fim das suas expectativas de amamentação.

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