Dia Internacional da Mulher: Ainda há um caminho a fazer

Eram os anos da segunda revolução industrial.

Aos poucos as mulheres começaram a chegar às fábricas, como fonte de mão de obra, mas numa posição bem diferente dos homens.

Em situação precária e com salários inferiores.

Reza alguma história, alguma porque não há certezas, que a 8 de Março de 1857 (outras versões apontam o ano de 1908), operárias do setor têxtil nova-iorquino decidiram ocupar uma fábrica, num protesto veemente contra as más condições de trabalho.

A manifestação terá sido combatida com violência.

Uma versão conta que as trabalhadoras terão sido fechadas no edifício, que terá sido incendiado, provocando a morte de 130 mulheres.

Outra versão aponta para existência de um protesto, de um incêndio, nas mesma cidade mas noutra data, 25 de Março de 1911.

Foi na fábrica da Triangle Shirtwaist, que empregava cerca de 600 pessoas, na sua maioria mulheres e imigrantes.

No incêndio terão morrido 125 mulheres e 21 homens.

O primeiro Dia Internacional da Mulher foi celebrado a 28 de Fevereiro de 1909, nos Estados Unidos e nalguns países europeus, com o slogan “Pão e Rosas”.

No ano seguinte, o movimento Internacional Socialista, em Copenhaga, aprovou o estabelecimento do Dia da Mulher, mas sem definir uma data concreta.

A 8 de março de 1917, as comemorações do Dia Internacional da Mulher foram marcadas por manifestações de trabalhadoras russas.

Também em busca de melhores condições de trabalho.

Também aqui os protestos foram reprimidos de forma violenta.

Nos países ocidentais, o Dia Internacional da Mulher foi comemorado no início do século XX, até a década de 1920.

Aos poucos a data foi sendo esquecida, para ser recuperada já na década de 60, com o renascer no movimento feminista.

As Nações Unidas instituíram o Dia Internacional da Mulher em Dezembro de 1975.

Mais de um século depois das primeiras comemorações, marcadas por momentos trágicos, ainda se justifica celebrar o Dia da Mulher.

Apesar dos progressos feitos em todo o mundo, do muito caminho que já se percorreu, dos avanços civilizacionais da humanidade, há ainda um percurso a fazer até que seja possível chegarmos ao momento em que o Dia Internacional da Mulher deixar de fazer sentido.

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