Hipertensão Arterial: tudo o que sempre quis saber

Estima-se que a prevalência de hipertensão arterial em Portugal seja de 42,1%, estando apenas 39,0% destes doentes medicados e só 11,2% controlados.

É normal que a pressão arterial aumente em algumas ocasiões, devido a esforço físico ou emoções, mas é expectável que, após esses momentos, os valores voltem aos níveis normais.

A hipertensão arterial só é grave e causa problemas de saúde quando permanece elevada ao longo do tempo, ou quando aumenta de forma súbita.

O que é?

A pressão arterial é a força com que o sangue circula pelo interior das artérias no corpo.

A hipertensão arterial ocorre quando esta pressão se encontra elevada de forma crónica.

Quais os valores considerados normais?

Quando se fala em pressão arterial “máxima e mínima” (ou sistólica e diastólica) está a ser feita referência ao valor máximo alcançado com a contração do coração (sístole) e ao valor mínimo quando o coração a seguir se distende e relaxa (diástole).

Estes valores são expressos em milímetros mercúrio (mmHg).

Posto isto, a pressão arterial ideal deve ser inferior a 120/80 mmHg.

Define-se como hipertensão quando a pressão arterial apresenta valores superiores a 140mmHg de pressão arterial sistólica e 90mmHg de pressão arterial diastólica.

Quais as causas?

Cerca de 90% dos casos de hipertensão estão relacionados com os hábitos de vida, nomeadamente o consumo de sal em excesso, o tabaco, o excesso de peso, o consumo excessivo de álcool e café, o sedentarismo e o stress.

Os restantes 10% de casos de hipertensão arterial têm causas orgânicas, como algumas alterações hormonais, doenças dos rins ou dos vasos sanguíneos.

Quais os sintomas?

De um modo geral, a hipertensão arterial não apresenta quaisquer sintomas nos primeiros anos de doença.

Nalguns casos, pode manifestar-se através de sintomas como dores de cabeça, tonturas, mal-estar, visão desfocada, hemorragias nasais, dor no peito ou sensação de falta de ar.

Quais as complicações?

Os doentes com hipertensão arterial têm um maior risco de morte ou desenvolvimento de determinadas patologias, como a insuficiência cardíaca, acidentes vasculares cerebrais (AVC), enfarte do miocárdio, insuficiência renal, perda gradual da visão, aterosclerose, entre outros.

Qual o tratamento?

Para manter a pressão arterial dentro dos valores normais, é importante adotar um estilo de vida saudável.

Está provado que mudar alguns hábitos é muitas vezes suficiente, tais como:

• Restringir o sal;
• Reforçar a ingestão de frutas e legumes;
• Evitar o álcool;
• Praticar mais exercício físico;
• Reduzir o stress;
• Perder peso (se o tiver em excesso).

Quando o tratamento sem fármacos não é suficiente, deve então recorrer-se a medicação.

Estes devem ser prescritos pelo médico, segundo as características de cada paciente.

A importância da alimentação

É aconselhável diminuir a ingestão de sal: assim sendo, é importante deixar de utilizar sal de mesa e substitui-lo por condimentos alternativos, como especiarias e ervas aromáticas ou sumo de limão.

Evitar também todos os alimentos naturalmente salgados ou aos quais seja adicionado sal durante a sua preparação: como é o caso dos enchidos, enlatados, comidas pré-preparadas e aperitivos.

Deve privilegiar-se o consumo de frutas, vegetais, cereais integrais, leite e derivados lácteos magros, em detrimento da ingestão de gorduras saturadas (presentes essencialmente nos produtos de origem animal, como a carne e pele de aves, leite gordo, manteiga e nata).

Deve-se igualmente evitar a ingestão de bebidas alcoólicas e, no caso de existir excesso de peso, procurar reduzi-lo através de uma reeducação alimentar.

Fale com o seu nutricionista: só assim é possível saber qual a melhor estratégia alimentar a seguir e ter a garantia de um acompanhamento personalizado e adaptado às suas necessidades específicas.

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