Ideias para reduzir o desperdício na cozinha!

Nunca ouvimos falar tanto de sustentabilidade como nos últimos tempos e, embora sejam necessárias grandes mudanças, há também muitos pequenos gestos que podem fazer uma enorme diferença.

Se o desperdício foi inventado pelo ser humano, cabe-nos também a nós revertê-lo, por isso cada um de nós pode (e deve) começar por refletir sobre os seus hábitos diários, alterando comportamentos no sentido de contribuir para um mundo mais verde.

Felizmente, há passos simples que cada um de nós pode dar no dia-a-dia para reduzir a quantidade de comida que deita fora, o lixo que gera em embalagens e noutros materiais utilizados na indústria alimentar e, de uma forma geral, a sua pegada de carbono.

Se tem vontade de reinventar aquilo que outrora consideraria lixo, aconselhamo-lo a começar pela cozinha, onde a única coisa de que precisa é uma boa dose de imaginação, pois as opções são ilimitadas.

Deitar fora um alimento que ficou dias ou semanas no frigorífico, cozinha ou despensa é uma situação comum nas casas dos portugueses, infelizmente, mas a sua ocorrência pode diminuir drasticamente se os consumidores programarem antecipadamente aquilo que vão comer, e planearem a gestão da sua cozinha e despensa.

Aqui vão algumas dicas:

• Reavalie as suas compras e tenha cuidado com as promoções: antes de sair de casa olhe bem para a sua despensa e frigorífico e faça uma lista do que realmente precisa para evitar compras desnecessárias. Outro aspeto a considerar é a distância dos alimentos que compramos. No cálculo da pegada de carbono de um alimento, o transporte é frequentemente o culpado pela maior fatia das emissões de gases. Por isso, faz todo o sentido comprar local e construir a nossa dieta à base de alimentos que crescem mais perto de nós. Além de estarem mais adaptados aos nossos climas e solos – e como tal serem potencialmente mais nutritivos -, a reduzida distância que têm de viajar até chegarem às nossas mãos traduz-se numa menor necessidade de embalar ou conservar por longos períodos de tempo. A diferença de um morango apanhado pelo produtor de manhã e entregue ao consumidor à tarde para um morango apanhado duas semanas antes a 2000 km de distância e posto à espera na prateleira de um supermercado é enorme. E mais, na hora das compras, cuidado com as promoções, que costumam ser irresistíveis, no entanto, o problema é que comprar um grande volume de produtos que não vai aproveitar pode não ser um sinónimo de poupança. Se não consegue consumir a quantidade de alimentos que compra antes do prazo de validade terminar, acabará por gastar mais do que poupa, especialmente se deitar os produtos para o lixo. Assim, se tiver feito uma lista previamente e um planeamento das suas refeições, vai garantir que quando vai ao supermercado compra as quantidades indicadas.
• Aumente a periodicidade das compras: em vez de fazer uma compra por mês, ir ao mercado mais vezes e comprar menos produtos é uma ótima medida para evitar o desperdício de alimentos – o facto de comprar menos coisas de cada vez também vai ajudar a carregar menos peso ou até permitir comprar no mercado local, evitando deslocamentos longos ou o uso do carro e favorecendo a economia local.
• Verifique a validade dos produtos: antes de comprar qualquer alimento confirme o prazo de validade. Na hora de cozinhar, dê preferência aos alimentos que estão próximos de terminar a data de validade. Se tiver dificuldade na hora de organizar a despensa, anote quais são numa lista para não desperdiçar.
• Planeie as refeições de acordo com os produtos que tem em casa: este plano deve ter em conta a data da compra dos ingredientes, sendo que os produtos frescos devem ser consumidos mais cedo. Outra sugestão a ter em conta é escrever numa lista todos os produtos que comprou e como pode utilizá-los nos dias seguintes.
• Aproveite os alimentos na sua totalidade e reutilize as sobras: é possível reaproveitar partes não convencionais, como as sobras e cascas das frutas. Por exemplo os restos de cebola, tomate e alho que sobram dos refogados? Dão caldos ultra saborosos. As cascas de limão, que tanto servem para adicionar a receitas de bolos como para fazer chá, ou as borras de café, que podem ser utilizadas como fertilizantes. Em relação à fruta ou legumes, se estes apresentarem uma aparência feia em algumas partes, corte-as e use o que sobrou. Não há necessidade de deitar tudo fora. E se comprou fruta a mais e não sabe o que fazer com as peças de fruta que já amadureceram? Opte por fazer sumos ou doces. O mesmo princípio de aproveitamento aplica-se aos restantes alimentos. Por exemplo, se tiver sobrado algum arroz e bastante carne pode aproveitar para fazer um empadão de arroz. Já as sobras de peixe podem ser utilizadas para fazer um suflé ou uma quiche.
• Utilize o congelador para as sobras: se comprou ou confecionou comida a mais lembre-se que congelar é sempre uma opção. Se notar que não vai consumir nos próximos dias aquilo que cozinhou, coloque a refeição num recipiente hermético de forma a conservar os alimentos no congelador
• Armazene e conserve adequadamente: alimentos diferentes precisam de ser guardados de formas distintas, sendo importante distinguir as necessidades de cada ingrediente. Antes de guardar frutas, verduras e legumes no frigorífico, higienize-os e seque-os. Depois de consumir, guarde esses alimentos em embalagens hermeticamente fechadas para evitar a proliferação de bactérias.

Com tanta informação de fácil acesso, já não há desculpas para continuarmos a gerar desperdício em volumes astronómicos.

É importante sensibilizar e inspirar todos à nossa volta para a necessidade de mudar e para a urgência de ganhar consciência do impacto que as nossas ações têm na nossa saúde e na do planeta.

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