Probióticos: diferentes estirpes

Um correto balanço no número e tipo de microrganismos presentes no nosso sistema digestivo, melhora a nossa saúde ao promover uma melhor digestão, uma redução da sintomatologia associada a desordens digestivas, diminuindo episódios de diarreia e obstipação, do risco de contração de infeções e problemas cutâneos além de diminuírem as probabilidades de desenvolvermos obesidade, colesterol elevado, depressão, ansiedade, doença cardíaca, diabetes e possivelmente outras.

O nosso sistema digestivo é composto por mais de 1500 espécies de probióticos.

Eles podem proteger a estrutura do sistema digestivo, impedir a multiplicação de agentes patogénicos causadores de doença, além da produção de enzimas que nos ajudam na digestão dos alimentos.

Cada probiótico faz parte de um género, uma categoria alargada como as Lactobacillus e as Bifidobacterium, que por sua vez se dividem em espécies.

De seguida enunciamos alguns dos probióticos mais comumente encontrados nos suplementos alimentares:

• Lactobacillus acidophilus: descobertos nos finais do séc. XIX, são, entre os probióticos, dos mais estudados. Habitam o intestino delgado e a vagina. Clinicamente reconhecidos por aliviarem os sintomas diarreicos desencadeados por antibióticos, também têm ação benéfica sobre outras desordens digestivas, tratamento de infeções vaginais, aumenta resistência a outras infeções, reduzem sintomas alérgicos, e auxiliam na diminuição do valor sérico de colesterol e da tensão arterial.
• Lactobacillus reuteri: estas bactérias amigáveis vivem no nosso intestino, trato urinário e pele. Sintetizam substância antimicrobianas que eliminam bactérias nefastas, reduzem processos inflamatórios e fortalecem a barreira intestinal. Uma barreira forte desempenha um papel fundamental ao impedir que microrganismos se disseminem para outras partes do nosso corpo onde podem desencadear processos inflamatórios ou mesmo infeções, locais ou até sistémicas. Investigadores têm vindo a associar o menor consumo de alimentos fermentados com maior prevalência de doenças inflamatórias.
• Bacillus subtilis: há mais de 60 anos, um antibiótico para tratamento de queimaduras foi desenvolvido a partir deste probiótico, que vive no solo e também no nosso trato intestinal. As nossas reservas neste probiótico são enriquecidas pelo simples fato de caminharmos descalços na relva em contacto com a natureza. Em suplementos, ajudam no processo digestivo e na função imune, reduzindo probabilidade de infeções no trato urinário, sintomas de intestino irritável e doença respiratória nas crianças.
• Lactobacillus rhamnosus: ao aderirem às paredes do trato digestivo, estes probióticos têm importante ação na manutenção da integridade dessas paredes reduzindo o risco de passagem de partículas alimentares para a corrente sanguínea onde podem desencadear reações autoimunes ou outras. Também nos protegem do crescimento descontrolado de um outro tipo de bactéria, a Candida albicans, que pode provocar fadiga, problemas digestivos, infeções, dores nas articulações e infeções ginecológicas.
• Bifidobacterium longum: encontrada no cólon, tem ação direta na digestão de fibras vegetais e hidratos de carbono de cadeia longa, que não são eficazmente digeridos na parte alta do intestino. Reduzem inflamação no sistema digestivo e ajudam o nosso sistema imunitário a resistir com maior eficiência à doença.

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