Tabagismo e envelhecimento

Sabe-se que atualmente uma grande parte da população é fumadora e que este hábito é um fator de risco para várias doenças, mas apenas nos vamos referir aos efeitos que provoca na pele.

As alterações teciduais da pele causadas pelo tabagismo são um assunto mundialmente estudado.

O fumo do tabaco tem mais de 4000 substâncias tóxicas, sendo a nicotina a mais nociva de todas.

A nicotina é responsável pela vasoconstrição que leva à diminuição do fluxo sanguíneo, este fator juntamente com outros, leva à hipoxia significativa dos tecidos.

Apenas um cigarro promove vasoconstrição cutânea por mais de 90 minutos.

A isquemia crónica dos tecidos leva à lesão das fibras elásticas e diminuição da síntese de colagénio.

O fumo do tabaco leva a um aumento da agregação plaquetária, diminuição da formação de prostaciclinas, aumento da viscosidade sanguínea e aumento da atividade de elastase que causa uma formação defeituosa de elastina, tornando a pele mais fragmentada e espessa.

Em 1965 definiu-se como “pele do tabagista” como pálida, cinzenta e enrugada.

Em 1971 demonstrou-se que as linhas ou rugas de expressão eram mais proeminentes e comuns em fumadores em comparação com não fumadores em todas as idades, sexos e mesmo nos grupos com maior exposição solar.

As características do envelhecimento cutâneo causado pelo tabaco são intensas e determinadas por alterações das fibras de colagénio da derme profunda, razão pela qual as rugas são muito marcadas.

Os critérios clínicos definidos em 1985, como características dos fumadores são rugas proeminentes, proeminência dos contornos ósseos, pele atrófica e cinzenta e pele pletórica.

Relativamente ao sexo, segundo a literatura as mulheres são mais suscetíveis ao envelhecimento pelo tabagismo comparativamente com o sexo masculino.

Devido ao efeito sinérgico do sol em relação ao envelhecimento, a cor da pele de tabagistas não brancos pode atenuar a aparência do envelhecimento determinado pelo tabagismo, em função da sua proteção natural.

Os efeitos cutâneos do cigarro constituem mais um argumento na luta conta o tabagismo, pode ser uma motivação para os mais preocupados com a aparência do que com os perigos internos.

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