Chás e Infusões – O que fazem ao nosso organismo?

Relaxam-nos, aquecem-nos e acompanham-nos nas longas conversas com os nossos amigos ou no lanche da tarde.

Estamos, sim, a falar do chá. O chá foi descoberto acidentalmente pelo imperador chinês Shen Nung em 2737 a.C.

Enquanto realizava o seu ritual diário, beber água fervida, reparou que nesta caíram umas folhas que alteraram a cor da água, decidiu prova-la e achou esta nova bebida saborosa e revitalizante.

No entanto, não existem registos históricos que comprovem esta descoberta.

Durante muitos anos, o chá foi apenas utilizado para fins terapêuticos.

Mais tarde, no Japão e na China, vários rituais relacionados com a degustação do mesmo foram desenvolvidos pelas classes sociais mais altas, como monges e poetas, e só posteriormente é que as classes mais desfavorecidas começaram a consumi-lo tornando-se, assim, um hábito popular destes povos.

Os portugueses foram os primeiros europeus a contactar com o chá e anos mais tarde o consumo deste passou a fazer parte do quotidiano das classes mais altas.

O chá deriva da infusão das folhas da Camellia sinensis (Camélia da China) e conforme o nível de oxidação e fermentação das suas folhas é dividido em 4 tipos principais: chá branco, chá verde, oolong e chá preto ou vermelho.

Sendo o oolong e o preto os mais fermentados.

Na sua composição o chá possui: cafeína, polifenóis, aminoácidos, ácidos gordos, vitaminas e minerais.

Relativamente à cafeína a folha de chá possui um teor cerca 2,5 a 5,5%.

Os polifenóis são os componentes em maior concentração, atingindo cerca de 30%, fazendo parte destes os flavonoides e as catequinas.

As vitaminas presentes no chá são a vitamina A, riboflavina (vitamina B2), niacina (vitamina B3) e vitamina E.

É importante referir que a composição depende da colheita e do método de produção aplicado.

Todas estas características nutricionais conferem ao chá propriedades importantes para o bom funcionamento do nosso organismo:

• é estimulante, mas também relaxante: apesar da presença da cafeína, que estimula o nosso sistema nervoso central, o efeito relaxante é possível devido aos taninos e ao aminoácido L-teanina
• é antioxidante e anticancerígeno: devido ao alto teor em polifenóis
• é anti-infecioso: os taninos que possui têm um papel antibacteriano e antiviral
• mantém a saúde oral: a sua quantidade de fluor contribui para a manutenção do esmalte dentário.

De todos os chás, o mais estudado nos últimos tempos tem sido o chá verde devido à variedade dos seus compostos. É considerado um forte aliado na prevenção do cancro, de doenças cardiovasculares e na perda de peso.

Um estudo realizado pelo investigador japonês Tomonori Nagao em 2007 concluiu que a elevada presença de catequinas no chá permite a diminuição da gordura corporal, muito possivelmente devido ao aumento do dispêndio energético durante esse processo.

Uma versão do chá verde muito conhecida em planos de perda de peso é o matcha.

O matcha é chá verde em pó, como tal é um chá mais concentrado que possibilita os efeitos do chá verde de forma mais rápido, mas também um sabor mais amargo.

Nos nossos dias é muito comum outro tipo de infusões de folhas e frutos serem intituladas de chás, mas na realidade como já referimos estas só são chás se tiverem na sua composição Camellia senensis.

As infusões são conhecidas pelos efeitos que podem provocar no nosso organismo:

• diuréticas,
• calmantes,
• desintoxicantes,
• facilitadoras da digestão,
• estimulantes,
• etc.

Devido aos inúmeros benefícios das infusões e dos chás estes são muitas vezes utilizados em processos de emagrecimento.

Por isso se pretende definir a sua silhueta, mas ao mesmo tempo usufruir dos inúmeros benefícios, não se esqueça de beber 1 a 2 chávenas de chá por dia.

No entanto, no caso do chá como o verde, é importante realçar que o consumo de doses mais elevadas não dispensa a consulta do seu médico ou profissional de saúde.

Os componentes do chá podem afetar grávidas, hipertensos, pessoas com problemas de sono ou portadoras de outras doenças.

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