A Ciência Prova – Deve Comer à Noite?

Muitos de nós, intuitivamente, já tínhamos a perceção que qualquer exagero alimentar no final do dia traria, com muita segurança, uns “gramas” a mais na balança no dia seguinte.

Mesmo que, por vezes, a consequência do excesso alimentar, não se refletisse obrigatoriamente no dia seguinte.

Tendencialmente, nas nossas consultas, já há muito tempo verificamos que os pacientes que tendem a ingerir mais calorias no final do dia tinham também maior probabilidade de ter excesso de peso.

Pois bem, a ciência prova agora que comer à noite influencia decisivamente o peso corporal! Vários estudos científicos apontam nesse sentido.

Apesar da fórmula para se perder peso não se alterar, ou seja, se desejamos perder peso devemos ingerir menos calorias que aquelas que o nosso corpo necessita, esta confirmação mostra-nos que o corpo “trabalha” de forma diferente durante o dia e durante a noite.

Um estudo em particular demonstrou que as pessoas que têm pouco apetite na parte inicial do dia e que consomem a maior parte dos alimentos à noite têm maior probabilidade de terem obesidade.

Um outro estudo italiano que seguiu hábitos alimentares de mais de 1200 pessoas durante 6 anos constatou que aqueles que ingeriam mais energia ao jantar tinham o dobro do risco de serem obesos e 50% mais probabilidade de ter síndrome metabólica.

A distribuição das refeições alimentares ao longo do dia, também afeta determinantemente o sucesso da perda de peso.

Mulheres com obesidade perderam mais peso e perímetro da cintura em 3 meses quando o plano alimentar tinha mais energia ao pequeno-almoço e menos ao jantar.

A ciência mostra, pois, que realizar uma ingestão alimentar mais concentrada no final do dia, e em horas nas quais o nosso organismo promove o sono parece ser um fator de risco adverso para o peso.

Importa, contudo, salientar que muitos destes efeitos adversos podem e são contrariados em grande medida se realizarmos exercício físico ao final da tarde ou à noite.

Além do cálculo do metalismo basal e das necessidades médias individuais de cada pessoa, e consequente distribuição do valor calórico apurado pelos macronutrientes e pelas 5/6 refeições diárias, o nutricionista deve também, à luz destas conclusões, escolher o melhor momento para ingerir determinado tipo de alimentos.

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