A intolerância alimentar é uma moda?

Nos dias que correm tornou-se muito frequente ouvir-se dizer que “o leite faz-me mal, já não bebo…” ou “deixei de comer alimentos com glúten..”, todavia, na maior parte das vezes as pessoas que o fazem não tem certeza se realmente padecem de uma intolerância ou alergia, ou se simplesmente estão a seguir uma tendência crescente da população que abandonou este tipo de alimentos, só porque sim, influenciados pelos meios de comunicação social ou pelas redes sociais nas quais famosos partilham os seus planos “da moda”.

Antes de mais, interessa perceber o que é uma intolerância alimentar e o que é uma alergia alimentar.

A intolerância caracteriza-se por uma reação adversa do nosso organismo em resposta ao consumo de um determinado alimento.

Esta reação envolve mecanismos não-imunológicos, em contraponto com uma reação alérgica na qual há uma resposta imunológica imediata, ou seja, o organismo cria anticorpos como se o alimento fosse um agente agressor e por isso as manifestações poderão ser mais agressivas, sendo que temos mesmo de retirar por completo o consumo desse alimento.

Já na intolerância, pode não haver essa necessidade, bastando consumir uma menor quantidade do alimento.

No universo das intolerâncias temos como mais conhecida a intolerância à lactose, que se deve à deficiência de uma enzima responsável pela destruição deste açúcar, chamada lactase.

Os principais sintomas são desconforto abdominal, inchaço, e em alguns casos, diarreias.  

Mas ainda assim, estamos a assistir a uma moda crescente de eliminar os alimentos sem necessidade?

Segundo vários nutricionistas e investigadores da área, sabe-se que devido às alterações no processamento alimentar, bem como uso abusivo de fármacos poderão afetar o trato gastrointestinal, provocando alterações. Inclusivamente, a intolerância à lactose está muito relacionada com a idade, pois à medida que a idade vai avançando a enzima lactase vai diminuindo.

Ainda assim, é notória a influencia dos media nas decisões desta matéria, fazendo com que hajam mais casos de “intolerância”, do que aqueles que o são realmente.

Outro caso é o do glúten.

Embora seja já reconhecida pela comunidade cientifica a sensibilidade ao glúten (diferente de doença Celíaca), tem-se assistido a uma verdadeira enchente nas prateleiras de produtos “sem glúten”, muito por força das influencias digitais das figuras publicas.

A certeza maior que devemos ter é que a consulta com um nutricionista é fundamental, para que não se estejam a restringir alimentos sem necessidade.

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