Alimentação enxaqueca

Alimentação na Enxaqueca: não precisa ser uma dor de cabeça


Sabia que, em Portugal, estima-se que 8 a 15% dos cidadãos sofram de enxaqueca?

Dores de cabeça, indisposição, sensibilidade à luz e até náuseas: a enxaqueca é duas a três vezes mais frequente no sexo feminino e o facto de atingir as pessoas em idade produtiva implica grandes custos económicos, sociais e familiares.

Causas

As pessoas com enxaqueca são mais sensíveis a certos estímulos, ambientais ou do próprio organismo, assistindo-se a uma combinação de processos a nível cerebral, onde ocorre excitação/depressão de células, dilatação de artérias e libertação de substâncias químicas, originando assim episódios de enxaqueca.

Existe alguma suscetibilidade genética para o desenvolvimento das crises de enxaqueca e, enquanto algumas pessoas conseguem identificar os fatores desencadeantes, outras não conseguem fazer essa associação.

De um modo geral, entre esses fatores, os mais frequentes são alterações do ritmo do sono, stress, menstruação, jejum prolongado, exercício físico, e a ingestão de alguns alimentos específicos, como queijos, chocolates, vinhos e molhos artificiais.

Sintomas

Uma crise de enxaqueca pode durar poucas horas até três dias e a dor tende a ser pulsátil, agravando-se com o esforço físico ou com movimentos da cabeça.

De um modo geral, afeta apenas um dos lados da cabeça, e acompanha-se de náuseas, vómitos, intolerância à luz, ao ruído e a alguns cheiros.

Os sintomas são intensos e impedem frequentemente que as rotinas do dia-a-dia sejam concretizadas, afetando o trabalho ou o estudo.

Tratamento

A enxaqueca não tem cura, mas pode ser controlada, com recurso a medicamentos e com a adoção de estilos de vida saudáveis, de modo a reduzir a frequência, duração ou intensidade das crises.

A alimentação adequada e uma boa gestão do stress contribuem de forma positiva para evitar a ocorrência dos episódios de enxaqueca.

A importância da alimentação

O primeiro passo consiste na identificação, sempre que possível, os alimentos causadores das crises de enxaqueca.

O seu efeito varia de acordo com a sensibilidade individual de cada um e, depois de identificados, devem ser excluídos da alimentação durante algumas semanas.

Os mais comuns são:

  • cacau e chocolate;
  • açúcar refinado (e doces em geral);
  • bebidas alcoólicas (pela presença de acetaldeído e pelo seu efeito desidratante);
  • café e chá verde (pela presença de cafeína e do seu efeito estimulante);
  • charcutaria e enchidos (pela presença de nitritos e nitratos);
  • queijos curados e produtos lácteos fermentados (pela presença do aminoácido tiramina);
  • molhos industrializados (entre eles o glutamato monossódico, um intensificador de sabor muito utilizado na cozinha chinesa).

Outro fator que pode desencadear crises de enxaqueca é a hipoglicemia (baixa dos níveis de açúcar no sangue) pelo que se devem evitar longos períodos de jejum, sendo importante fracionar as refeições ao longo do dia, evitando estar mais de 3 horas sem comer.

Estudos indicam que incluir na dieta alimentos ricos em riboflavina, também conhecida por vitamina B2, melhora o desempenho do cérebro e ajuda a manter a energia das células musculares.

Espargos, cogumelos e quinoa são bons exemplos de alimentos ricos neste nutriente.

Além disso, o magnésio e o selénio (presentes na carne, peixe, marisco, cereais integrais, frutos secos e sementes) são bons aliados contra a enxaqueca.

Nas situações em que possam estar envolvidos vários alimentos, que contribuem para desencadear uma crise de enxaqueca, é importante ter acompanhamento nutricional, de modo a ser prescrito um plano alimentar de eliminação e posterior reintrodução dos mesmos, para que não ocorra nenhum desequilíbrio.

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